quarta-feira, 4 de março de 2009

Biografia: José de Alencar


José Martiniano de Alencar (Fortaleza, 1 de maio de 1829 — Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1877) foi jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo brasileiro. Filho de influente senador, José de Alencar formou-se em Direito, iniciando-se na atividade literária através dos jornais Correio Mercantil e Diário do Rio de Janeiro. Foi casado com Ana Cochrane. Irmão do diplomata Leonel Martiniano de Alencar, barão de Alencar, e pai de Augusto Cochrane de Alencar.

Nascido em Messejana, na época um municipio vizinho a Fortaleza, a família transfere-se para a capital do Brasil Império e Alencar, então com onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar. Em 1844, matriculou-se nos cursos preparatórios à Faculdade de Direito de São Paulo, começando o curso em 1846. Fundou, na época, a revista Ensaios Literários, onde publicou o artigo Questões de estilo. Formou-se em Direito, em 1850, e, em 1854, estreou como folhetinista no Correio Mercantil. Em 1856 publica o primeiro romance, Cinco Minutos, seguido de A Viuvinha, em 1857. Mas é com O Guarani (1857) que alcançará notoriedade.

José de Alencar foi mais longe nos romances que completam a trilogia indigenista: Iracema (1865) e Ubirajara (1874). O primeiro, epopéia sobre a origem do Ceará, tem como personagem principal a índia Iracema, a "virgem dos lábios de mel" e "cabelos tão escuros como a asa da graúna". O segundo tem por personagem Ubirajara, valente guerreiro indígena que durante a história cresce em direção à maturidade.

Em 1859, tornou-se Chefe da Secretaria do Ministério da Justiça, sendo depois consultor do mesmo. Em 1860 José de Alencar havia ingressado na política, como deputado. Em 1868, tornou-se Ministro da Justiça e, em 1869, candidatou-se ao Senado. Em 1877 viria a ocupar um ministério no governo do Imperado. Em 1872 se tornou pai de Mário de Alencar, o qual, segundo uma história nunca totalmente confirmada, seria na verdade filho de Machado de Assis, dando respaldo para o romance Dom Casmurro. Viajou para a Europa em 1877 para tentar um tratamento, porém não teve sucesso. Faleceu no Rio de Janeiro no mesmo ano de tuberculose.
Vida
Produziu também romances urbanos (Senhora, 1875; Encarnação, escrito em 1877, ano de sua morte e divulgado em 1893), regionalistas (O Gaúcho, 1870; O Sertanejo, 1875) e históricos (A Guerra dos Mascates, 1873), além de peças para o teatro. Característica de sua obra é o nacionalismo, tanto nos temas quanto nas inovações no uso da língua. Em um momento de consolidação da Independência, Alencar representou um dos mais sinceros esforços patrióticos em povoar o Brasil com conhecimento e cultura próprios, em construir novos caminhos para a literatura no país. Em sua homenagem foi erigida uma estátua no Rio de Janeiro.

José de Alencar é o grande nome da prosa romântica brasileira, tendo escrito obras representativas para todos os tipos de ficção românticos: passadista e colonial (O Guarani, 1857), indianista (Iracema, 1865), sertaneja (O Sertanejo, 1875).

Pode-se dividir, didaticamente, a obra de Alencar em indianista (O Guarani, 1857; Iracema, 1865; Ubirajara, 1874); urbana (Lucíola, 1862; Diva, 1864; Senhora, 1875), regionalista (O Gaúcho, 1870; O Sertanejo, 1875) e históricos (Guerra dos Mascates (primeiro volume), 1873).
Literatura
Seus grandes mestres são o francês Chateubriand e o escocês Walter Scott. Mas também o influenciaram muito os escritores Balzac e Alexandre Dumas.

Características da obra de Alencar
A obra de José de Alencar pode ser dividida em dois grupos distintos

Quanto ao espaço geográfico
O sertão do Nordeste - O Sertanejo
O litoral cearense - Iracema
O pampa gaúcho - O Gaúcho
A zona rural - Til (interior paulista), O Tronco do Ipê (zona da mata fluminense)
A cidade, a sociedade burguesa do Segundo Reinado - Diva, Lucíola, Senhora e os demais romances urbanos.
Quanto à evolução histórica
O período pré-cabralino - Ubirajara.
A fase de formação da nacionalidade - Iracema e O Guarani.
A ocupação do território, a colonização e o sentimento nativista - As Minas de Prata (o bandeirantismo) e A Guerra dos Mascates (rebelião colonial).
O presente, a vida urbana de seu tempo, a burguesia fluminense do século XIX - os romances urbanos Diva, Lucíola, Senhora e outros.
Obras
Romances
Cinco minutos, 1856
A viuvinha, 1857
O guarani, 1857
Lucíola, 1862
Diva, 1864
Iracema, 1865
As minas de prata - 1º vol., 1865
As minas de prata - 2.º vol., 1866
O gaúcho, 1870
A pata da gazela, 1870
O tronco do ipê, 1871
Guerra dos mascates - 1º vol., 1871
Til, 1871
Sonhos d'ouro, 1872
Alfarrábios, 1873
Guerra dos mascates - 2º vol., 1873
Ubirajara, 1874
O sertanejo, 1875
Senhora, 1875
Encarnação, 1893


Teatro
O crédito, 1857
Verso e reverso, 1857
Demônio familiar, 1857
As asas de um anjo, 1858
Mãe, 1860
A expiação, 1867
O jesuíta, 1875

Crônica
Ao correr da pena, 1874

Autobiografia
Como e por que sou romancista, 1873

Crítica e polêmica
Cartas sobre a confederação dos tamoios, 1856
Ao imperador:cartas políticas de Erasmo e Novas cartas políticas de Erasmo, 1865
Ao povo:cartas políticas de Erasmo, 1866
O sistema representativo, 1866

[ Bibliografia

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